Monday, October 31

“21 Grams” (2003) de Alejandro González Iñárritu



“Quanto pesa uma vida?”era o slogan de apresentação, tendo o filme afirmado que no momento exacto da nossa morte perdemos 21 gramas. Em termos perceptivos quanto é que isso é e o que realmente isso significa?
Sean Penn, Benicio Del Toro e Naomi Watts dão corpo e alma a uma história que envolve sentimentos muito fortes, por vezes de extremos como o é o amor e a vingança. A morte é presença constante e a linha que a divide da vida é realmente muito ténue. O tema – o transplante de órgãos e a sua doação, é um pouco o mote para o filme e é a meu ver bastante interessante! Como nos sentiremos com um coração de outra pessoa? Seremos nós próprios na mesma, ou mudaremos? Será que gostaríamos de saber mais sobre o passado do doador e o seu modo de viver? A tristeza de uns pode ser a alegria de outros e a morte também pode trazer vida….
O mais engraçado é a mistura frenética de imagens com temporalidades bastante diferentes umas das outras, no princípio já sabemos coisas do início mas ainda não as compreendemos. Somos completamente bombardeados de informação dispersa que temos de organizar com o passar do tempo e é sem dúvida um filme extraordinário para ficarmos colados à cadeira, porque não é de todo enfadonho. O filme é bastante bom e tem excelentes actores com boas representações, é sempre agradável ver Benicio Del Toro e Sean Penn a representar…A apontar ao filme talvez alguma excessividade emocional em todas as cenas, nada é de conotação leve, podendo-se tornar para algumas pessoas um filme demasiado pesado e incompreendido. É claro que é bastante pesado e pretende o ser, são temas demasiado poderosos e que dificilmente não nos afectam psicologicamente. Mas lá está a “vida” não é somente para ser vivida, mas também para ser compreendida.
Este filme foi candidato aos Óscares de 2003 nas categorias de Melhor actor secundário (Benicio Del Toro) e na de Melhor Actriz Principal (Naomi Watts), perdendo para Tim Robbins (Mystic River) e Charlize Theron (Monster). O ano foi recheado de grandes filmes e não os podemos comparar porque são filmes diferentes, retractam realidades diferentes e eu também não os vi a todos, por isso o troféu é sempre relativo na minha humilde opinião, embora também tenha as minhas preferências é claro. Eleger o melhor nunca é fácil, principalmente quando questões económicas e de hierarquia se metem pelo meio. De qualquer forma desde já aconselho Mystic River, é muito bom, o livro é também excelente.

Sunday, October 30

“El Maquinista” (2004) de Brad Anderson




Christian Bale interpreta neste filme “ Trevor Reznik”, um operador de máquinas que não consegue dormir há um ano, levando-o a ter alucinações e a crer em conspirações. O personagem levou ao extremo o actor que aparece neste filme completamente cadavérico e assustador. A trama assim o exige e cola o espectador até ao final. Ao longo do filme temos uma ideia do grosso do filme e até do seu final, o real mistura-se com o imaginário, as imagens colam-se umas às outras e apenas queremos ver até onde ele vai chegar. A percepção das coisas e a noção de realidade vs alucinação é um tema excelente para filmes deste género…muito melhor que qualquer Scream… (sem ofensa aos fã de Scream). O filme está na minha opinião muito bem feito e devo dizer que adorei a banda sonora, mesmo ideal para este filme…A temática deste filme já não é nova mas de alguma forma o realizador e principalmente Christian Bale transformam-na num filme especialmente bom. Excelente actuação de Christian, muito bem nas expressões faciais…

Monday, October 24

Enfim o dia chegou!


Atenção..o momento porque todos esperávamos finalmente chegou!!!
As inscrições para as Jornadas começaram, apressem-se porque há vagas para os workshops!!

Sunday, October 23

“Eragon” e “Eldest” de Christopher Paolini


Eis que anda na berra o autor que começou a escrever “Eragon” com 15 anos, o livro que é o começo de uma trilogia e que se estende com “Eldest”.
Eragon é um rapaz pobre de 15 anos que numa das suas caçadas encontra uma pedra azulada e guarda-a, pensando que esta lhe daria alguma subsistência para si e para o seu tio Garrow e primo Roran. Ele não a consegue vender, até que um dia da pedra sai um dragão fêmea e a verdadeira história começa. Inicialmente ele consegue esconder Saphira (o dragão) mas o Império procura a todo o custo o ovo do dragão e Eragon é obrigado a fugir e a vingar a morte do tio. Fugitivo e apercebendo-se a pouco e pouco da noção de que acabara de se tornar um Cavaleiro, Eragon entra numa espécie de jornada do conhecimento, enfrentando muitas dificuldades, num mundo repleto de criaturas maléficas, onde o objectivo final será defrontar o Rei Galbatorix, Cavaleiro do mal, de forma a reinar a paz na Alagaësia.
Há Elfos, Anões, Homens, Dragões....Dejá vu ?
Pois bem...a história até é engraçada e nada aborrecida, mas há coisas tão parecidas com “O Senhor do Anéis” que até dói...todo o universo pareceu-me muito semelhante, Uruk-hai = Urgals, a linguagem de cada raça, sem falar na ideia global de uma pessoa ser a esperança de todos (mas isto é aceitável, nós humanos adoramos épicos)....Enfim, Tolkein está tão recente que tudo fica aquém deste.
Uma coisa que eu achei bem foi terem dado voz aos dragões e o autor ter explorado mais a magia e a leitura das mentes. O primeiro livro parece um pouco infantil na linguagem, não sei se é da tradução, pois no segundo não notei tanto. No entanto, neste existem erros de tradução graves, ao ponto de existirem palavras a mais nas frases, impedindo uma leitura fluente. (Ponto negativo para a revisão da tradução)
Não me arrependo de os ter lido, gosto do género, apesar da falta de criatividade em alguns pontos da trama, mas ok o rapaz ainda é novo e terá muito tempo para se aperfeiçoar.

Ah, é verdade o filme “Eragon” está em filmagens e é previsto para 2006, conta com a participação de Jeremy Irons, John Malkovich, Djimon Hounsou e Edward Speleers no papel principal. Para mais informações http://www.imdb.com/title/tt0449010/ e www.eragonmovie.com.

Saturday, October 22

“Hauru no ugoku shiro ” (2004) de Hayao Miyazaki


Após êxitos como “A princesa Mononoke” e a “A viagem de Chihiro” enfim que chega das mãos dos estúdios Ghibli – “O Castelo Andante”. O novo filme de Miyazaki, baseado no livro de Diana Wynne Jones “Howl’s Moving Castle”, conta a história de uma menina chamada Sophie que vive um pouco infeliz até ser transformada pela Bruxa do Nada numa velha corcunda e enrugada. Na tentativa de procurar reverter o feitiço, procura em vão a Bruxa, acabando por mero acaso por se tornar na mulher-a-dias de Howl, outro feiticeiro, vivendo numa espécie de castelo andante mágico. Numa mistura de fantasia e feitiços Sophie consegue como velha alcançar a felicidade que não conhecera como jovem que fora. Os cenários são encantadores e surreais, visto que a história se passa numa cidade europeia, nitidamente transformada por Miyazaki. Achei o filme muito giro, não só por relembrar muitos desenhos animados que via quando pequena, como também pelo romantismo puro tão desenraizado nos dias que correm. No entanto não deixa de ser um típico conto de fadas, a temática está lá apesar de um pouco diferente dos chamados “contos europeus”, em que a fantasia é mais limitada que a oriental. Já ouvi opiniões de que o final é um pouco apressado, talvez...mas qual é o final de um conto de fadas que não é em geral rápido no “bom sentido”. Pelo menos é a sensação que eu tenho, lembro-me da Cinderela, em que mal o príncipe descobre de quem é o sapato e casa logo com ela, e quando entram feitiços pelo meio mais natural é. Em suma o filme é muito giro e recomendável, mas não é nenhuma obra inovadora. Só queria deixar um ponto positivo às dobragens portuguesas, acho que estão a melhorar consideravelmente, às vezes têm vozes um pouco estridentes, mas ok continuem assim...só de me lembrar do “Aladino” em brasileiro (ups português regional do Brasil)...

Wednesday, October 19

Felicidade, Felicidade!!!!


É só para concretizar a minha extrema felicidade com o facto de termos uma pequena mas importante referência às Jornadas no site do 2010 (http://2010.flmid.com/Index.aspx), na secção comunidade. As inscrições vão começar em breve...

Friday, October 14

VII Jornadas de Biologia Aplicada - 10,11 e 12 de Novembro


No mês de Novembro do presente ano, ocorrem as VII Jornadas de Biologia Aplicada e é destinada a amantes da Biologia e da Ciência. Como vem sendo a tradição todos os anos, os alunos do 4º ano de Biologia Aplicada da Universidade do Minho, organizam uma série de conferências com temas diversificados, uma oportunidade de convívio para estudantes e sem dúvida um contacto maior com o mundo real da investigação, demonstrando o que de bom se faz em Portugal. Como aluna percorri um caminho, presenciei três jornadas e com elas aprendi imenso, modifiquei a minha visão tão “estudantil”, fui alcançado etapa a etapa conhecimentos que me permitiram compreender melhor este mundo da Biologia e para tal nada melhor que ouvir e conhecer os trabalhos que se fazem por cientistas em todo o país. Cheguei a este ponto e agora uma nova e mais estimulante tarefa, a organização deste mesmo evento. Não imaginam o trabalho que tem de ser efectuado, desde arranjar verbas até à escolha dos painéis e temas a discutir, e mais que tudo chegar ao dia e ter tudo perfeito (assim o espero). Tendo em conta este esforço que todos nós da comissão fizemos, quero agradecer a todos pelo empenho (que ainda não acabou é claro) e em especial ao nosso presidente JS, sempre incansável e com algumas noites a menos, e é claro à nossa querida Prof. Doutora TLN que nos orientou em tudo.
Toda esta tentativa é infrutífera se não tivermos público para desfrutar da “conquista “ por se continuar a fazer algo não só por tradição mas porque acreditamos que é realmente importante. È nesse sentido que apelo a quem leia este texto, que vá ao nosso site (http://www.bio.uminho.pt/viijba), leia o programa e se estiver mesmo interessado, que venha e usufrua. As inscrições abrirão em breve...se não ficarem agradados com os preços, acreditem que não estão muito caros e que vai valer a pena! Arrisquem e façam algo diferente e arrojado...venham a Braga e participem connosco nesta odisseia da Biologia.

Monday, October 10

“The Life Aquatic with Steve Zissou” (2004) de Wes Anderson











“Um peixe fora de água” é sem dúvida o filme mais estranho que vi nos últimos tempos. “Steve Zissou” (Bill Murray), uma espécie de “Costeau”, apresenta o seu último documentário no qual o seu amigo e companheiro da tripulação é morto por um tubarão jaguar. O documentário tem uma aceitação controversa, mas mesmo assim ele sente-se na obrigação de capturar o tubarão e com isso realizar outro documentário. Juntando-se à tripulação está “Ned Plimpton” (Owen Wilson) clamando ser filho de Zissou e “Jane Winslett-Richardson” (Cate Blanchett) uma jornalista, talvez a única interessada em redigir uma história sobre Zissou sem tom de crítica negativa. A história anda muito à volta da falta de paternidade por parte de Zissou, da relação hiper estranha que tem com a esposa Eleanor (Anjelica Huston) e de algum conflito psicológico após a morte do amigo.
Sinceramente não sei o que dizer do filme, porque não o entendi e por vezes irritava-me aquelas paragens cinematográficas tão típicas dos chamados filmes de culto. Parece-me claro que é uma metáfora, mas não me arrisco a sugerir a que me passa na cabeça. De qualquer forma concede-nos olhar diferente para desenjoar do cinema rotineiro!

Thursday, October 6

“The Manchurian Candidate” (2004) de Jonathan Demme


“O Candidato da Verdade” é um remake de um clássico realizado por John Frankenheimer e protagonizado por Frank Sinatra em 1962.
Mote – eleições americanas vs apoios financeiros obscuros.
Imaginem um candidato (“Raymond Shaw”) à vice-presidência dos EUA cuja mãe Senadora (“Eleanor Shaw”) é obsessiva, manipuladora, e um pouco radicalista. A isto juntem memórias pouco esclarecedoras e sonhos perturbantes relativos à Guerra do Golfo de 1991, pela qual ganhou a Medalha de Honra do Congresso.
Raymond Shaw é nada mais que um fantoche canditado à Casa Branca, mas até que ponto…
Os sonhos e as memórias atormentam igualmente o capitão “Ben Marco” (Denzel Washington). Este esteve presente na emboscada, cujo salvamento valeu a Raymond a medalha, no entanto procura esclarecer a verdade e à medida que investiga, mais perigoso se torna. O filme conta com a participação de actores como Meryl Streep, fabulosamente má no papel de Senadora, Jon Voight (Senador Thomas Jordan), Liev Shreiber encaixando perfeitamente no fantoche Raymond e claro Denzel Washington que se transfigura filme após filme com uma classe invejável. O filme recomenda-se sem dúvida, só não chega a ser magnífico porque já estamos fartos de teorias de conspiração e por isso já nada nos surpreende!

“Man on Fire” (2004) de Tony Scott



“Homem de fúria” é a segunda adaptação cinematográfica do romance homónimo de A.J.Quinell. O filme conta com a representação de Denzel Washington no papel de “John Creasy”, um antigo agente da CIA atormentado pelo seu passado, um ser sem família e sem qualquer laço afectivo que não o da bebida. A acção decorre no México e o filme pretende com esta história alertar para o número crescente de raptos que acontecem graças a grupos organizados, e que infelizmente apenas uma pequena percentagem dos raptados sobrevive. É uma realidade crescente nos países latinos e por isso a sua transposição da Itália para o México, já que o livro de Quinell escrito em 1980, reflecte o drama italiano da época. "John Creasy" acaba por ser o guarda-costas de uma menina muito perspicaz chamada "Pita" (Dakota Fanning). A menina trá-lo um pouco à vida e juntos estabelecem uma relação muito forte. A história não acaba aqui e o pior acontece quando ela é raptada e ele severamente baleado. A vingança começa e o filme começa a ficar algo violento…
Denzel Washington é muito bom actor e como tal ficamos colados ao ecrã, sem falar na Dakota Fanning que é uma actriz em perfeita ascenção, é querida, bonita e representa muito bem, basta lembrar o filme com Sean Penn “I am Sam”…O filme tem uma boa trama, mas este tipo de heroísmo está um pouco batido, principalmente quando o fim do filme é como é. Não deixa de modo algum de ser um filme interessante, não só pela temática, como pelos actores, mas ficamos com um certo mas na cabeça.
Só queria deixar uma última referência ao actor brasileiro”Charles Paraventi”…que entra …como mau da fita claro…mas é um mau pequenino…É impressão minha ou Hollywood anda a repescar muito brasileiro para papéis menores? Portugueses façam-se à vida!

Wednesday, October 5

“The Year in the Merde” e “Merde Actually” de Stephen Clarke





Já imaginaram um inglês a ir viver e trabalhar em Paris sabendo pouco mais que dizer Bonjour e Merci. Pois, este é o mote dos livros de Stephen Clarke que levanta o véu, a muitas das particularidades francesas, como por ex. a greve e a adoração pelos caracóis. A história de Paul West (o personagem) começa quando este vai para uma empresa, com a finalidade de ajudar a implementar um Salão de Chá inglês em Paris. Para Paul West cada dia é uma aventura, seja nos problemas de linguagem, no trabalho, na relação com o patrão, ou seja depois com as suas relações amorosas (que são muitas por sinal e um pouco exageradas). É um sem fim de coisas que lhe acontecem ou que ele simplesmente provoca. Há imensas coisas giras nos livros, coisas que até parecem estúpidas mas da forma como estão escritas ficam simplesmente hilariantes e há um nível de relacionamentos um pouco estranho, mas é claro os franceses sempre foram liberais. Um excelente livro para ler nas férias, porque não é preciso pensar, assumidamente uma leitura light!

“The Brothers Grimm” de Terry Gilliam


Em crianças ouvimos milhentas histórias para dormir de autores como: Hans Christian Andersen, Perrault e claro os Grimm! Com estes, pudemos ouvir histórias míticas como Branca de Neve, Cinderela, Rapunzel, entre outras. A escrita passou ao desenho animado e enraizou as mentes das crianças de todo o mundo, nas quais estivemos obviamente incluídos. Pela lente de Terry Gilliam chega-nos então uma história dos autores dessas mesmas histórias – os irmãos Grimm. Estes são interpretados pela parelha Heath Leadger – Matt Damon, que percorrem cidades à caça de bruxas e seres maléficos, numa Alemanha que se encontra na altura sob o domínio dos Franceses. É claro que tudo não passa de charlatanice, pelo menos até serem obrigados a investigar o caso do desaparecimento das meninas de Marbaden. Nesta aldeia nada é o que parece e o bosque está sobre o domínio de uma rainha-bruxa interpretada pela actriz Mónica Belucci. O mais engraçado no filme é a mistura de vários contos que não se relacionam mas que aqui encaixam, por vezes estranhamente. Para quem gosta de salgalhada o filme é ideal. Sinceramente gostei do filme mais pela parte fantástica, porque no fim de contas o filme não é de modo algum para ter lógica. Os cenários são engraçados e é um filme diferente, mas engane-se quem está à espera de um grande filme. Tem de se entrar no espírito, quem não entrar não vai gostar!
No que respeita aos actores não há muito que dizer, nem de bem nem de mal, encaixam mas não entusiasmam muito. Apesar do papel de Mónica Belucci ser pequeno deu-me a impressão que daria uma excelente bruxa má num possível filme da “Branca de Neve”, não só porque as duas personagens têm muito em comum mas porque visualmente encaixa como uma luva.