Monday, April 11

Uma aventura na mata - episódio 1

6:00 – o acordar
7:30 – partida para a aventura
8:30 – chegada ao pseudo paraíso
Tendo em conta a fantástica semana, todos estavam preparados para um calor insuportável, queimadelas e muita caminhada. A essa hora ainda estava fresco e pensaram que seria normal, afinal o Sol ainda há pouco teria nascido e não teria havido ainda tempo para aquecer devidamente a zona. Metidos nos seus carros rumaram ao destino, com o objectivo de observarem a natureza, adquirirem os conhecimentos necessários para um pesquisa intensiva, que os ocuparia ainda muitos dias e noites. A paisagem era bela, mais belo ainda o contraste entre a cor do rio e as manchas florestais de carvalhos e pinheiros no despontar da manhã. Após alguns km afastaram-se do vale, subiam e paravam para observarem in loco, mas o tempo estava louco, era um vento terrível vindo provavelmente da Sibéria, qual local distante disposto a enregelar todos os membros do corpo. Numa tentativa de se aquecerem, esfregavam as mãos e pensavam que o dia seria bem diferente do desejado. A T-shirt, o protector solar, os litros de água seriam vãos face a um tempo como esse, e apenas o carro, o refúgio, os livraria de uma hipotermia. Demasiada informação foi assimilada nos seus cérebros dormentes, tanto nome de planta a interiorizar, e ainda o vento persistia...Numa tentativa de amenizarem, meteram-se mata a dentro percorrendo trilhos sinusosos e vertiginosos, encontrando pegadas de javali e de corço. Eram vistos também inúmeros troncos de árvores, outrora verdejantes, mas que o destino fora demasiado cruel para lhes perdurar o sopro da vida e que sucumbiam agora nas linhas de águas sobre as pedras ... algumas árvores já colonizadas, meias despidas e vulneráveis.
Encontravam-se em plena mata, local que lhes era estranho, eram intrusos... corrompiam cada ser que se encontrava no local, e a natureza vingava-se com um trilho por vezes escorregadio, íngreme e com sons assustadores, no entanto já emanava calor. Alguns membros do grupo estavam assustados: com os barulhos estranhos que por vezes se ouviam, com as abelhas e formigas assassinas que insistiam em se fazerem notar e ainda pela possibilidade de algum animal os atacar. Existia um grande tensão no grupo, pois um elemento quase se afogou (por razões ainda misteriosas) no enorme riacho que os acompanhava na expedição. Estranhamente esse elemento encharcado tornou-se hostil e susceptível ao pânico. Apesar dos receios os objectivos iam se concretizando e trilho após trilho iam se familiarizando com a natureza, à vinda o caminho até lhes pareceu menor mas o relógio, esse, marcava o mesmo tempo percorrido. Ainda faltava a prova final, a subida a quase 1000m de altitude com o vento horrendo que se fazia sentir...o caminho era melhor, mas a distância enormíssima ...quanto mais andavam mais caminho aparecia...o ar tornava-se mais rarefeito, o coração batia mais rápido e o vento cruel feria-lhes a cara e dificultava-lhes a subida. Era um trilho doloroso que apenas a paisagem, quase primitiva e pura lhes alegrava e encorajava. No trilho viam-se dejectos de cavalo selvagem, lobo, e cada vez que a altitude era maior uma vegetação mais rasteira e um sentido de aridez que contrastava com o que viam no vale, lá longe no horizonte. Quando o desceram, desta vez ajudados pelo vento sentiram que a missão fora cumprida mas sabiam dentro de si mesmos que voltariam mais vezes e cada vez que lá voltassem, a sensação seria a mesma, até que um dia tudo lhes parecerá diferente...

17:45 – Chegada a casa

3 comments:

Uruk Riot said...

Palmas! Muito bem! Uma descrição muito profissional!

Boreas said...

Depois de ler o relato de tão impetuosa aventura que desafiou cumes e montanhas onde nenhum humano jamais ousou chegar, essas majestosas filhas de Japeto que se erguem no céu como uma Torre de Babel, prestes a chegar ao Paraíso...fica a dúvida...
Será toda essa perspectiva válida?
Na minha humilde versão e mais concisa, dado que vou apenas clarificar os pontos com os quais discordo tudo se passou assim:

O intrépido grupo enfrentou terriveis abelhas assassinas devoradoras de carne que tentavam devorar os elementos, logo é bastante normal que alguns elementos face a tão temiveis adversários se enchessem de temor, afinal eles haviam ousado penetrar na muralha florestal e tinham que se debater com os seus guardiões.

Quanto à leve brisa primaveril que se fez sentir por toda a viagem devo dizer que foi do meu completo agrado, apesar de , ter arrastado e elevado pelos ares alguns elementos do grupo.

Sobre o terrivel quase afogamento... ele deveu-se nada mais que a um terrivel ataque de " lulas assassinas , que mostram as suas ventosas" que como é obvio provocaram o desequilibrio do pobre explorador, permitindo um afogamento quase completo...àos seus joelhos. Além do mais, não sou eu que "salto pocinhas" já que isso é o trabalho e dever de outros.

Num outro registo... devo alertar a carissima reporter que não deve levantar falsos testemunhos, sobre o humor do explorador semi afogado...já que afinal... a sua suposta irritabilidade não se deveu nada mais nada menos a certos elementos ostracizantes que o tentavam picar constantemente. Assim sendo será levantado um processo contra si por calúnia e difamação pelo qual deverá responder prontamente. Como indeminização exijo todos os prémios Pulitzer que recebeu em toda a sua carreira ou caso não queria arcar com as consequencias até ao fim simplesmente efectuar um pedido de desculpas numa carta aberta na proxima edição do seu jornal.

Assinado : "O elemento afogado e de mau humor"

PS: Quanto ao resto está muito esclarecedor e muito bem redigido, parabens

SL said...

Bravo boreas...não diria melhor...sempre incrivelmente hilariante....