Thursday, April 14

“The Sawshank Redemption” (1994) de Frank Darabont


“Os condenados de Shawshank”, como qualquer filme que de certo modo retracta a vida prisional, está repleto de visualizações de abusos a vários níveis. Isto permite-nos portanto pensar numa espécie de vida paralela que nos é definitivamente alheia. Este filme é baseado no livro do grande Stephen King “Rita Hayworth and Shawshank Redemption” (1982). A história começa nos fins dos anos 40 com a condenação do banqueiro Andy Dufresne (Tim Robbins) a duas sentenças de prisão perpétua por assassinato da mulher e respectivo amante. Ele irá passar os seus anos de vida na prisão de Shawshank onde é sujeito aos esquemas e privações, e principalmente à brutalidade. O mais incrível é que mesmo nesse meio ele consegue obter algo de positivo, nomeadamente uma maior biblioteca para a prisão, que apesar de parecer uma coisa muito simples não o foi. Passam-se muitos anos e as “amizades” dentro da prisão surgem, principalmente com Red (Morgan Freeman) que é rejeitado várias vezes para obter a liberdade condicional (avaliação de 10 em 10 anos). O filme decorre sem nos apercebermos do tempo, captando a atenção do espectador em pleno até ao clímax final.
O mais importante que assimilo do filme é a relação prisão-prisioneiro a qual nunca me tinha ocorrido, mas que é bastante óbvia; a rotina, as regras que lhes são impostas tornam-se intrínsecas do próprio prisioneiro, que são durante anos disciplinados rigorosamente. Assim, é lhes naturalmente difícil passar a linha para o mundo exterior e encarar novas regras, principalmente sozinhos e com uma idade já considerável. Se para nós que vivemos sempre cá fora o medo já é tão patente na nossa sociedade, pudera eles que apanham tudo de rajada, por isso muitas vezes a existência de acções que o justificam: por exemplo, o suicídio ou a violação da liberdade para retornarem à prisão onde se sentem “em casa”. Dá que pensar…de facto o ser humano é tudo menos linear.
O filme, é na minha opinião bastante bom e com boas representações, Morgan Freeman sempre no seu melhor e Tim Robbins adequadíssimo para o papel, sem esquecer os secundários que também estão muito bem. De notar o Brooks (James Whitmore) e um nosso conhecido da série “Roswell” no papel de Heywood (William Sadler).
Filmes mais conhecidos deste realizador: “The Majestic” (2001) e “The Green Mile” (1999) (obra também adaptada de Stephen King).

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