6:00 – o acordar
7:30 – partida para a aventura
8:30 – chegada ao pseudo paraíso
Tendo em conta a fantástica semana, todos estavam preparados para um calor insuportável, queimadelas e muita caminhada. A essa hora ainda estava fresco e pensaram que seria normal, afinal o Sol ainda há pouco teria nascido e não teria havido ainda tempo para aquecer devidamente a zona. Metidos nos seus carros rumaram ao destino, com o objectivo de observarem a natureza, adquirirem os conhecimentos necessários para um pesquisa intensiva, que os ocuparia ainda muitos dias e noites. A paisagem era bela, mais belo ainda o contraste entre a cor do rio e as manchas florestais de carvalhos e pinheiros no despontar da manhã. Após alguns km afastaram-se do vale, subiam e paravam para observarem in loco, mas o tempo estava louco, era um vento terrível vindo provavelmente da Sibéria, qual local distante disposto a enregelar todos os membros do corpo. Numa tentativa de se aquecerem, esfregavam as mãos e pensavam que o dia seria bem diferente do desejado. A T-shirt, o protector solar, os litros de água seriam vãos face a um tempo como esse, e apenas o carro, o refúgio, os livraria de uma hipotermia. Demasiada informação foi assimilada nos seus cérebros dormentes, tanto nome de planta a interiorizar, e ainda o vento persistia...Numa tentativa de amenizarem, meteram-se mata a dentro percorrendo trilhos sinusosos e vertiginosos, encontrando pegadas de javali e de corço. Eram vistos também inúmeros troncos de árvores, outrora verdejantes, mas que o destino fora demasiado cruel para lhes perdurar o sopro da vida e que sucumbiam agora nas linhas de águas sobre as pedras ... algumas árvores já colonizadas, meias despidas e vulneráveis.
Encontravam-se em plena mata, local que lhes era estranho, eram intrusos... corrompiam cada ser que se encontrava no local, e a natureza vingava-se com um trilho por vezes escorregadio, íngreme e com sons assustadores, no entanto já emanava calor. Alguns membros do grupo estavam assustados: com os barulhos estranhos que por vezes se ouviam, com as abelhas e formigas assassinas que insistiam em se fazerem notar e ainda pela possibilidade de algum animal os atacar. Existia um grande tensão no grupo, pois um elemento quase se afogou (por razões ainda misteriosas) no enorme riacho que os acompanhava na expedição. Estranhamente esse elemento encharcado tornou-se hostil e susceptível ao pânico. Apesar dos receios os objectivos iam se concretizando e trilho após trilho iam se familiarizando com a natureza, à vinda o caminho até lhes pareceu menor mas o relógio, esse, marcava o mesmo tempo percorrido. Ainda faltava a prova final, a subida a quase 1000m de altitude com o vento horrendo que se fazia sentir...o caminho era melhor, mas a distância enormíssima ...quanto mais andavam mais caminho aparecia...o ar tornava-se mais rarefeito, o coração batia mais rápido e o vento cruel feria-lhes a cara e dificultava-lhes a subida. Era um trilho doloroso que apenas a paisagem, quase primitiva e pura lhes alegrava e encorajava. No trilho viam-se dejectos de cavalo selvagem, lobo, e cada vez que a altitude era maior uma vegetação mais rasteira e um sentido de aridez que contrastava com o que viam no vale, lá longe no horizonte. Quando o desceram, desta vez ajudados pelo vento sentiram que a missão fora cumprida mas sabiam dentro de si mesmos que voltariam mais vezes e cada vez que lá voltassem, a sensação seria a mesma, até que um dia tudo lhes parecerá diferente...
17:45 – Chegada a casa