Friday, November 18

“Danny the Dog” (2005) de Louis Leterrier


O mais recente filme lançado em DVD com a participação de Jet Li chama a atenção não só pelo registo em que este actua, mas pela complexa história em que o seu personagem se encontra. Jet Li interpreta “Danny”, um homem transformado num cão de guarda, treinado desde pequeno a aceder aos desejos do seu patrão o “tio Bart “ (Bob Hoskins). O simples retirar da coleira e a manifestação expressa de uma ordem transformam “Danny” numa fera que mata e destrói. O “tio Bart” utiliza-o para recolher as dívidas, como credor, até um dia em que surge uma oportunidade de ganhar dinheiro com ele em combates até à morte... Por de trás da fera existe obviamente vestígios de um ser humano, ser este que ainda se encontra ligado a pedaços da sua infância, memórias vagas, distantes. Para “Danny” tudo muda quando conhece por coincidência “Sam”, um afinador de pianos cego que o “desperta” para a música, para a inevitável beleza, ternura e paz que lhe está inerente. São poucas as palavras para descrever a magia da música, e este filme dá-lhe uma especial atenção, usa-a como efeito renovador e transformador.
Neste filme encontramos as tão usuais cenas de luta de Jet Li, algumas um pouco cénicas de mais, mas que no final desempenham o seu papel, o contraste, entre um mundo um pouco obscuro e a possibilidade de uma vida perfeitamente normal e feliz, mesmo que baseada por “pequenas” coisas, por aquelas “pequenas” delícias que são a família, a música e o amor. Achei um filme agradável, em que o fim apesar de tudo não seguiu os moldes tendenciosos actuais, em que a música tem um papel muito importante (uma excelente Banda Sonora, ainda para mais para quem gosta de Massive Attack)...ai aquela Sonata No.11 K.331 de Mozart caiu que nem uma luva...
Em relação aos actores, Jet Li já demonstrou que sabe fazer filmes fora dos moldes luta-pancada-morte, mesmo que haja quase sempre elementos do género nos seus filmes...Há partes muito “deliciosas” quando é demonstrada a ingenuidade do personagem e a criança que não cresceu. No elenco também entra o grande Morgan Freeman e Kerry Condon, uma quase “novata” nestas andanças...

1 comment:

Uruk Riot said...

Deveras um filme muito agradável e leve, mesmo com as insistentes e típicas cenas de pancadaria. Mas estas nunca chegam a cansar, pois nunca são levadas à exaustão como na maioria dos filmes. Sem duvida um filme que gostei de ver. Principalmente por o fim escapar ao que é habitual, pois a certa altura já estava a ter um flashback terrível em que iam raptar a nova família do Danny e que ele se ia vingar de todos com uma fúria louca, mas tal não aconteceu (pelo menos nestes exactos moldes). Isso agradou-me muito.
Mas houve algo que me perturbou bastante. Todo o universo underground britânico era terrivelmente semelhante ao encontrado no vídeo jogo "The Getaway". Todos que virem o filme e conhecerem o jogo decerto que concordarão comigo.
Um filme que aconselho a ver e a ouvir!