Pedro Almodóvar é conhecido pelo impacto dos seus argumentos, que normalmente abordam temáticas actuais importantes e cuja reflexão é necessária. Em cada filme ele coloca normalmente um pouco de si, mesmo que s apenas no nome que dá às personagens que incarnam as histórias. Em “La Mala Educación”(2004) é abordado o tema da pedofilia nos colégios de padres, facto que o próprio Almodóvar presenciou. Em “Volver” é contada a história de três gerações de mulheres, da mesma família, cuja vida é retratada de uma forma muito realista, chegando a ser divertido visualizar todas as agruras pelas quais elas passam. O cenário alterna entre Madrid, nas zonas mais pobres e a terra natal das heroínas do filme, algures em La Mancha. Penélope Cruz, faz agradavelmente de Raimunda, e juntamente com a irmã Sole (Lola Dueñas) vêem-se na presença de Irene, a mãe morta (Cármen Maura). O desenrolar da história remexe num passado doloroso, mas apesar de toda a tristeza e dureza da vida, estas mulheres são tão fortes, determinadas e corajosas que a vida é obrigada a lhes sorrir. O filme é sem dúvida uma comédia agradável, com a surpresa de uma boa interpretação de Penélope Cruz, sem dúvida melhor na sua língua natal.
Sunday, September 17
Sunday, September 3
“Miami Vice” de Michael Mann
Miami Vice é sem dúvida o filme do ano, embora nem toda a gente tenha a capacidade de o reconhecer. Apesar do título sugerir uma adaptação fiel à série famosa dos anos 80, o filme é bem mais actual que isso. Miami Vice conta uma história realista, das muitas que poderiam acontecer a dois detectives infiltrados de Miami. O espectador consegue perfeitamente absorver toda a adrenalina e energia, toda a introspecção a que são sujeitos os personagens, não fosse o filme rodado por Michael Mann, mestre nas cenas de acção e nas cenas absolutamente deliciosas em que o personagem pára e como ele tudo à sua volta. A realização é fantástica e com a utilização das câmaras de TV, com o grão característico, confere ao filme uma intensidade e realidade pouco comum nos filmes actuais. Jamie Foxx sobressai-se mais que Colin Farrel, apesar deste viver um romance intenso no qual Gong Li é soberba. Apesar das cenas de acção serem poucas as ao longo do filme, elas entranham no espectador e é difícil sair indiferente a este filme. Era bom que houvessem mais realizadores assim.
“Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest” de Gore Verbinski
O primeiro Piratas das Caraíbas revolucionou o conceito cinematográfico da pirataria dos mares, elevando o filme a uma grande popularidade. Esta popularidade deveu-se não só à história, mas à fantástica interpretação de Johnny Depp como o pirata visualmente mais gay e cómico.
Enquanto que o primeiro cheirava a inovação, este segundo filme, continuação das aventuras de Jack Sparrow, é puramente um filler. Não só é delineado nos moldes do primeiro, como são inseridos personagens tipicamente desinteressantes, para justificar uma ligação entre a busca do cofre do homem morto e as personagens. Will Turner conta neste filme com a presença do pai que é pouco explorada, servindo de âncora a um argumento a meu ver pobrezinho…não fosse no fim o rival do primeiro filme tornar-se no apoteótico salvador. Além disto distorcem todo o romance em prol de quê? Continuam a dar uma espada ao pobre do Will e toma lá vê se fazes umas coisinhas, enquanto a tua personagem se desvanece na sombra do Capitão Jack. Até o ressurgido Capitão Norrington acaba por ter mais presença. Por este andar o último filme, terá certamente uma dicotomia Jack vs Will, em que a menina Swan será raptada por um pirata asiático, interpretado pelo extraordinário Chow Yun-Fat. Toda a fantasia do barco, o polvo gigante e as caracterizações pareceram-me pouco credíveis e demasiado infantis para um filme que apesar de tudo tem um público-alvo bastante adulto. Apesar de outros filmes serem nitidamente superiores, face aos valores de box office é realmente o filme deste verão.
Enquanto que o primeiro cheirava a inovação, este segundo filme, continuação das aventuras de Jack Sparrow, é puramente um filler. Não só é delineado nos moldes do primeiro, como são inseridos personagens tipicamente desinteressantes, para justificar uma ligação entre a busca do cofre do homem morto e as personagens. Will Turner conta neste filme com a presença do pai que é pouco explorada, servindo de âncora a um argumento a meu ver pobrezinho…não fosse no fim o rival do primeiro filme tornar-se no apoteótico salvador. Além disto distorcem todo o romance em prol de quê? Continuam a dar uma espada ao pobre do Will e toma lá vê se fazes umas coisinhas, enquanto a tua personagem se desvanece na sombra do Capitão Jack. Até o ressurgido Capitão Norrington acaba por ter mais presença. Por este andar o último filme, terá certamente uma dicotomia Jack vs Will, em que a menina Swan será raptada por um pirata asiático, interpretado pelo extraordinário Chow Yun-Fat. Toda a fantasia do barco, o polvo gigante e as caracterizações pareceram-me pouco credíveis e demasiado infantis para um filme que apesar de tudo tem um público-alvo bastante adulto. Apesar de outros filmes serem nitidamente superiores, face aos valores de box office é realmente o filme deste verão.
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