Sunday, January 14

“Babel” de Alejandro González Iñárritu


Babel é um filme cru, nem sempre agradável, chega ao espectador de uma forma inesperada mas deixa a sua marca. Babel conta três histórias interligadas decorrentes em 3 continentes diferentes: América, África e Ásia. Em Marrocos, uma turista americana, Susan Jones(Cate Blacnchett), é alvejada acidentalmente. Os filhos desta, por consequência, vão para o México com a ama mexicana, por esta ter de ir ao casamento do filho. No Japão Chieko vive o drama de ser surda-muda e teenager incompreendida. Vive-se neste filme o drama do terrorismo, a facilidade com que uma brincadeira estúpida vira um problema político internacional, tal é a sensibilidade do mundo. O drama familiar, por vezes corriqueiro e livre de diálogo é posto à prova em circunstâncias de sobrevivência. O quão menor tudo se torna…e como é a grandeza do amor. México, problema político tão vincado…irritabilidade à flor da pele nas fronteiras…lei da sobrevivência e do egoísmo, desespero, falta de humanidade… uma má escolha pode se tornar numa catástrofe… Japão, cidade populosa…solidão extrema…Chieko apenas quer um pouco de carinho humano…não é afinal o que queremos todos??? Amor…presentes nas suas várias formas em cada história…é que é o mais importante…é o que ajuda nas alturas difíceis e é por ele que sofremos…nada mais…

Este filme vinca problemas actuais desde a imigração ilegal, o terrorismo/estado de medo e a incompreensão social/humana. É um filme intenso…é um filme de Iñárritu… Peca pelas passagens bruscas e não acho que Brad Pitt esteja assim tão bem como postulam. É um filme bom a fugir para o razoável, e apesar de tudo não me atingiu.

1 comment:

Uruk Riot said...

Este filme é a meu ver um filme que retrata a vida tal qual como ela é, de forma crua e sem quaisquer preconceitos... Tudo bem... O único problema aqui, é que se uma pessoa já é madura e tem dois dedinhos de testa sabe perfeitamente que tudo o que é retratado no filme acontece, é de facto real, mas já aprendeu a lidar com isso... Quer as dificuldades e absurdos políticos que são abordados num ponto de vista mais global, até aos pequenos pormenores pessoais... Nesta grande demanda para tentar abranger tudo e mais alguma coisa, acho que o filme se perde um pouco, não vendo eu qualquer necessidade de abordar a questão da emigração ilegal... Seja como for tudo isto para referir, que não havia necessidade para dar tantos prémios a um filme só porque ele é cru... É certo que é riquíssimo em pormenores, se nós tivermos bem atentos há ligeiras coisas que se apanham com grande oportunismo, mas é assim mesmo a vida, um pocinho cheio de coisinhas ínfimas e tão surpreendentes, mas isso todos nós já sabemos...