Saturday, February 17

“The Pursuit of Happyness” de Gabriele Muccino

Em Busca da Felicidade é um filme que apela ao sentimentalismo, é o filme pelo qual nos enternecemos com as personagens e com as suas vidas. Will Smith interpreta uma personagem real “Chris Gardner” à qual lhe valeu várias nomeações nomeadamente para os Óscares. Chris é pai de um miúdo de 5 anos, classe baixa, que vende aparelhos a médicos e clínicas que detectam a densitometria óssea, mas que após alguns anos verifica o falhanço do negócio e como a falta de sucesso limita a sua vida, tanto financeira como sentimental. Não conseguindo suster a família a mulher abandona-o, cansada da vidinha miserável e de fazer vários turnos por dia, afinal o sonho da América é mais do que isso…Chris acaba por conseguir ficar com o filho, mas rapidamente perde tudo e passa a ter como tecto, o quarto que consegue, ficando na fila de espera para os sem-abrigo, não sendo sempre fácil consegui-los.

Chris tem um sonho e em parte a confiança de que pode fazer melhor e tenta obter um cargo como corrector de bolsa, mas primeiro é necessário fazer o estágio não remunerado e obter o 1º lugar entre 20 ou mais estagiários. Nada fácil sem dinheiro, sem casa e com um filho de 5 anos...E claro temos o drama de uma criança (interpretado pelo filho de Will Smith - Jaden Smith) que alheada de tudo e de nada tenta viver a sua infância e ao mesmo tempo consolar um pai desolado. É sem dúvida um típico filme americano…da coragem, da miséria, do sonho americano, da escalada de pobre a multimilionário….Pois a história é verídica e Chris realmente subiu as escadas do poder e conseguiu… Todavia não deixa de ser um filme comum, tocante mas já demasiado banalizado pela 7ª arte. A cena na casa de banho do metro é muito boa e Jaden Smith é um fofo…destacando-se na minha opinião mais que o pai, que mesmo assim tem um registo bem diferente de MIB ou mesmo “Independency Day”.

Um filme razoável no estilo sentimentalóide mas não extraordinário.

"Bobby" de Emilio Estevez


Emílio Estevez realiza e actua ao lado do pai, Martin Sheen, neste filme biográfico da morte de Robert F. Kennedy em 6 de Junho de 1968 no Hotel Ambassador. RFK foi um dos dois irmãos mais novos do Presidente democrata John Kennedy. Foi um dos conselheiros do irmão e esteve envolvido em muitas questões importantes da época, nomeadamente o Vietname e os direitos raciais. Após o assassínio de JFK em 1963, RFK continuou em funções com o Presidente Johnson que sucedeu ao irmão. Em 1968 candidata-se à presidência, rivalizando com Eugene McCarthy a liderança do partido democrático. RFK simbolizou para o povo a nova esperança, a viragem que os EUA tanto ansiavam, mas que acabou numa cozinha de um hotel muito famoso de LA, às mãos de um palestiniano (por causa do apoio a Israel), no dia preciso em que RFK tinha ganho as primárias em LA.

Apesar da história ser de conhecimento geral, pois marcou uma época, o filme cativa-nos de uma forma surpreendente. O elenco é cheio de actores conhecidos: Laurence Fishburne, Heather Graham, Anthony Hopkins, Helen Hunt, Joshua Jackson, Ashton Kutcher, Lindsay Lohan, William H. Macy, Sharon Stone e Demi Moore. Cada personagem é uma peça que encaixa perfeitamente no puzzle, desde os trabalhadores mexicanos ilegais do hotel à miúda que se casa para salvar um rapaz da morte certa (alistar-se no exército). É o retrato da época, da devoção, dos valores de RFK para os EUA dos anos 60 e da mal fadada guerra no Vietname, qual chacina para os jovens. RFK era a esperança e é impossível não sair do filme com pena, com vontade de mudar as coisas, de nos tornarmos mais humanos…mais idealistas…

Como filme está muito bem conseguido mas não é filme de realizador e não há personagens em evidência, todos trabalham para um bem maior…a mensagem para as gerações futuras…