Em total poesia e comunhão com a natureza, as sucessivas imagens de “Novo Mundo” inundam-nos de paz, tranquilidade e beleza numa obra cinematográfica pautada pela glorificação da natureza como forma de amor que emana em todos os seus seres, mesmo sem que palavras necessitem de ser pronunciadas. E por tudo isto, este filme é extremamente calmo e com poucas falas, não deixando, no entanto, de ser intenso na sua transmissão.
Este filme retrata a vida e a época da famosa Pocahontas (Q'Orianka Kilcher), retrata igualmente o seu amor pelo Capitão John Smith (Colin Farrell) apresentando-o como real e não como algo platónico ao qual a Disney se associou, transmite igualmente a verdadeira essências das coisas. No mundo real prevalecem sentimentos mais estáveis, pois nem todos servem para construir uma existência, por muito mágicos que porventura possam ser. A felicidade nunca é a utopia que pensamos, pois à nossa volta ela existe efectivamente nas formas mais variadas. Além disto, encontramos uma Inglaterra necessitada de procurar novos mundos, novas formas de enriquecimento e de manutenção da sua população contrastando com a população nativa da América e os seus costumes, passando da paz inicial aos massacres e à grande redução de índios. O filme, apesar de bastante longo é um filme bastante belo e por isso não deve ser ignorado, conta uma história de uma forma peculiar, sem necessitar de um guião extensivo sobrepondo antes imagens que transmitem sentimentos poderosos. É quase um filme de culto, é necessário absorver a sua essência e aguentar as “paragens” da história, para se gostar verdadeiramente…Eu pessoalmente gostei, pela simplicidade, pela beleza, pela moral...Ele é talvez um pouco longo...É de focar a miúda de 15 anos (sim, na altura tinha 15… nasceu em 1990) que se aguentou muito bem, a sua expressividade e pureza foram sem dúvida uma mais valia…
No elenco constam também os senhores Christopher Plummer, Christian Bale (sempre bem…) e David Thewlis.
Para uns esta obra pode ser uma seca, mas se com jeitinho souberem apreciá-la decerto que não se arrependerão...