Anos após ser galardoado com o Nobel, eis que finalmente leio qualquer coisa dele e pois que começo pelo seu último livro, que é também bastante pequeno, o que é excelente tendo em conta que não sabia se haveria de gostar ou não da sua escrita. É que realmente Saramago suscita desde ódios a paixões... Após a meia-noite do dia 31 de Dezembro, os cidadãos do país em questão no livro, deixam simplesmente de morrer. Ninguém morre, muitos ficam entrevados, outros nem cá nem lá, mas o último suspiro deixa de existir. E o mais incrível é que fora das suas fronteiras, nos outros países isso não acontece. Para mim, o mote da história é bastante interessante, ninguém quer morrer, mas quais seriam as consequências disso acontecer, será que nos questionamos sobre isso? No início custou-me habituar à falta de pontos, ao seu modo de escrita, mas depois lá consegui ler e ler, e até mais ou menos a meio da história estava a achar engraçado o rumo. No entanto, lendo o livro inteiro fiquei desiludida, a história tinha pano para mangas e o autor reduziu a uma simplicidade no final, que a meu ver não se adequa com o início que lhe deu. O autor fez um retrato de um país, dos seus governantes, das consequências impostas e depois acaba por falar da morte como entidade e centra-se exclusivamente nela. Eu pessoalmente até gostei de ler o livro, pensava realmente que não me ia enquadrar no mundo de Saramago, foi efectivamente instrutivo, mas o final…parece-me desadequado.
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