Finalmente cá nos chega o tão esperado “A Maldição da Flor dourada” do realizador que já nos deliciou em filmes estupendos como “ Herói” e “A casa dos punhais voadores”. Século X, dinastia Tang…o Imperador Ping regressa ao palácio repleto de crisântemos (as tais flores douradas) para o festival Chong Yang. E é à sua chegada que despoleta a intriga imperial há muito congeminada…A Imperatriz congemina há muito um plano para destronar o imperador enquanto este lentamente a condena à loucura. Mas a intriga não pára aqui… a complexidade da trama é muito superior, bem ao estilo imperial da China, envolvendo os sucessores directos do imperador como peões acossados pelo complexo de Electra. A intensidade das cenas é por vezes cortante, desde a relação da mãe com os seus “filhos” e a forma acutilante, severa e ao mesmo tempo serena do Imperador, que é soberba. Gong Li e Chow Yun-Fat simplesmente fabulosos…A dimensão da batalha final com autênticos figurantes no filme é majestosa e ao mesmo tempo bela no filme que é o mais caro da China até à data. O filme é todo muito colorido e simbólico apesar do dourado dominar o filme. Os cenários são muito bons, desde o palácio, rico e majestoso, às montanhas agrestes…temos de tudo desde uma visão da criadagem, a ninjas e a soldados de todas as cores e feitios. O único quê deste filme para os fãs habituados às lutas de espadas e de ninjas será uma menor parte do filme para esta acção e uma maior intriga que não reduz o filme nem por sombras. É um óptimo filme…sem sombra de dúvidas.
7 comments:
Tenho de ver esse filme impreterivelmente! Fico feliz por finalmente ter chegado! Obrigado pela boa nova!
É o primeiro filme que vejo do Zhang Yimou que não desafia as leis da física. É pena… parece que ele quer afastar-se do género wushia que lhe deu fama internacional, o que se compreende se pensarmos que ele fazia filmes antes de “Hero”, mas sem morder a mão que o alimenta, ao estilo “uma no cravo outra na ferradura”. Acho que isso desequilibra o filme, que perde ritmo por causa da excessiva narrativa de interiores, a que bem ajudavam umas pinceladas de acção. Mas isso tb sou eu que estou mal habituado dos dois anteriores filmes… porque o filme mesmo assim é muito bom. Fotografia fenomenal (claro!), argumento muito bom, Gong Li soberba (realmente ela merece toda a atenção que tem gerado) e Chow Yun-Fat de quem já tinha saudades e que promete voltar em breve com The Battle of Red Creek :). A pouca acção do filme é mesmo assim fenomenal e traz umas coisas nunca antes vistas por moi no cinema, a primeira cena é de arrepiar e a última só podia ser feita na China. O cinema de Zhang Yimou continua muitos furos acima da mediania, tornando qq filme dele obrigatório.
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